Entenda se o uso contínuo deste método contraceptivo pode provocar perda de fertilidade em mulheres
Pílulas anticoncepcionais são medicamentos hormonais muito úteis para o planejamento familiar. Também são indicados para mulheres que apresentam sintomas importantes durante os ciclos menstruais. É comum existirem dúvidas quanto ao seu uso. Uma das perguntas mais levantadas por mulheres é: “o anticoncepcional causa infertilidade?”.
Também é preciso destacar que os anticoncepcionais existem hoje em outros formatos além de pílulas, como adesivo transdérmico, anel intravaginal e injeções mensais ou trimestrais. Os métodos contraceptivos ainda incluem, por exemplo, o uso de DIU. O uso do preservativo, entretanto, continua sendo recomendado para evitar infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) e HIV.
Para esclarecer se, de fato, o anticoncepcional causa infertilidade, criamos este material, trazendo todos os apontamentos necessários para compreender os seus impactos no organismo, benefícios e possíveis efeitos colaterais.
Como o anticoncepcional age no organismo?
Para compreender se o anticoncepcional causa infertilidade, é preciso, em primeiro lugar, entender como ele age no organismo feminino. A maioria das pílulas anticoncepcionais mescla progesterona com estrógeno para inibir a ovulação, impedindo, por consequência, que o óvulo seja liberado.
A medicação ainda é útil para alterar o muco endocervical no endométrio, impedindo, assim, que os espermatozoides alcancem as trompas, local onde acontece a fecundação.
Os anticoncepcionais hormonais (com exceção dos DIU Mirena e Kyleena), começam a efetivamente bloquear a ovulação 5 dias após o início do uso. A ovulação natural só ocorre no mínimo após 10 dias da menstruação. Assim, quando a mulher começa a usar o método contraceptivo durante a menstruação, ela já está protegida contra gravidez desde o dia da primeira dose. Caso inicie fora da menstruação, esta proteção para não engravidar, só está garantida 10 dias após o início.
Existe a possibilidade de o anticoncepcional causar infertilidade?
A resposta para a pergunta “anticoncepcional causa infertilidade?” é não. O efeito para evitar a fertilidade só dura enquanto a mulher faz uso correto do método. Esta é a principal função dos métodos contraceptivos.
A infertilidade provocada pelo anticoncepcional é transitória. Assim sendo, no ciclo menstrual seguinte à interrupção do uso do contraceptivo, a mulher já consegue engravidar. Portanto, o anticoncepcional não causa infertilidade.
Apesar disso, há um detalhe importante em relação à injeção trimestral – o acetato de medroxiprogesterona 150mg: este método pode levar a paciente a ter redução da fertilidade por até 1 ano após a interrupção. Mesmo assim, as pacientes que têm este efeito prolongado voltam à fertilidade normal após este período.
Quais os benefícios e malefícios do uso do anticoncepcional?
Respondida a pergunta “anticoncepcional causa infertilidade?”, agora vamos entender as principais vantagens e desvantagens do uso da medicação. Dentre os benefícios, podemos destacar:
- Regulação do ciclo menstrual;
- Impedimento de uma gravidez não desejada;
- Diminuição ou eliminação das cólicas;
- Minimiza acne e traços masculinos;
- Elimina TPM.
As pesquisas recentemente desenvolvidas têm atuado para minimizar os efeitos colaterais do anticoncepcional. Contudo, estas implicações ainda podem ser sentidas por algumas pacientes, tais como dores de cabeça, inchaços, perda de libido, aumento do risco de trombose, diminuição do efeito contraceptivo quando é feita sua utilização irregular e desconforto anatômico (no caso do DIU de cobre).
O que pode causar a infertilidade?
Embora muitas mulheres se vejam diante da dúvida “anticoncepcional causa infertilidade?”, fato é que 25% dos casos de subfertilidade feminina são provocados pela anovulação – situação em que a paciente não ovula regularmente. Este problema, em geral, é causado por ovários policísticos, alterações da tiroide, alterações da prolactina e até mesmo falência precoce de ovário.
Nos outros 15% dos quadros de infertilidade, a causa é a endometriose. O endométrio é um tecido que reveste o interior do útero. No entanto, quando há a doença endometrial, o tecido se espalha para outros órgãos, provocando sangramentos, dores nas relações sexuais, cólicas progressivas e até mesmo perda de fertilidade.
A causa tubária representa 11% dos casos. Aqui, as trompas trazem problemas para conseguir colher o óvulo do ovário, ou para transportar o embrião até o útero. É na trompa que acontece o encontro entre o óvulo e o espermatozoide para a formação do embrião. Complicações tubárias costumam ser causadas por infecções pélvicas, inclusive as sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonococo e micoplasma.
Quando procurar um especialista para saber qual o melhor anticoncepcional?
A opção pelo melhor anticoncepcional deve ser feita através de uma conversa entre ginecologista e paciente. O especialista deve analisar as contraindicações para não usar nenhum método que cause prejuízo importante. Dentre os métodos permitidos, deve recomendar aquele que tenha melhor eficácia e que associe os benefícios adicionais que a mulher deseja, trazendo poucos efeitos colaterais. O especialista deve também orientar a paciente, para que ela saiba o perfil de efeitos esperados, e como lidar com estes efeitos.
Também podem ser necessários alguns testes laboratoriais para compreender melhor o funcionamento do organismo feminino em questão. Lembre-se que algo que faz bem ao corpo de uma mulher pode não funcionar para outra.
Entre em contato, agende uma consulta e saiba mais sobre esse e outros assuntos com o Dr. Maurilio Palhares.
Fontes:
