Hormonal ou não, o DIU é uma das formas mais seguras de evitar uma gravidez. Saiba mais sobre os quatro tipos de DIU e entenda qual a melhor opção para você
Uma das formas mais seguras para evitar a gravidez indesejada, o DIU (dispositivo intrauterino) é um método contraceptivo reversível e de longo prazo. Com sua pequena estrutura em formato de “T” ou “Y”, variando conforme os tipos de DIU, ele é inserido, por um profissional de saúde, no útero da mulher. Essa inserção pode ser feita no consultório com anestesia local (e é muito bem tolerada) ou no hospital com sedação.
Atualmente, existem vários tipos de DIU e todos funcionam impedindo o contato dos espermatozoides com o óvulo. Isso acontece porque o dispositivo libera substâncias, (hormonais ou não), que inibem a movimentação dos gametas masculinos e femininos dentro do útero, impedindo que eles se encontrem e ocorra a fecundação.
Por não depender do uso perfeito da paciente, como tomar a pílula no horário certo ou lembrar da data da injeção, todos os tipos de DIU apresentam uma eficácia maior do que 99%, com taxa de gravidez de 8 em 1000 para os DIU de cobre ou cobre com prata (quase a mesma taxa de falha da laqueadura) e 1 em 1000 para os DIU hormonais (menos falhas que laqueadura ou vasectomia). Claro que vale ressaltar que o DIU não é um método de barreira, ou seja, não protege contra ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).
Diferentes tipos de DIU
Como dito anteriormente, existem vários tipos de DIU, os principais são: de cobre, de cobre com prata, hormonal (Mirena) e mini DIU hormonal (Kyleena). Confira abaixo mais sobre eles:
DIU de cobre
Um dos tipos de DIU mais conhecidos, o de cobre tem como principal característica a ausência de hormônios. Seu funcionamento acontece através da liberação de íons de cobre, que são tóxicos para os espermatozoides (não para a mulher), e impedem sua progressão até às trompas, local onde ocorreria a fecundação.
O DIU de cobre também irrita o endométrio, podendo aumentar um pouco a quantidade e duração do sangramento em algumas mulheres, por um período variável.
O DIU de cobre é o mais indicado para mulheres que não desejam métodos hormonais, ou que apresentem alguma contraindicação específica aos outros métodos. O DIU de cobre evita gravidez por até 10 anos, ou até a paciente optar por sua remoção.
DIU de prata
O DIU de prata é formado por uma combinação de prata e cobre. A atuação combinada dos dois metais é reduz a fragmentação do cobre, o que, segundo o fabricante, aumenta a tolerância deste método contraceptivo, por causar menor aumento do sangramento (em relação ao DIU de cobre).
O DIU de prata tem a opção de tamanho “mini” que é mais adequado para úteros pequenos, e teoricamente reduz o risco de deslocamento do dispositivo. O DIU mini de prata assim como o DIU de prata de tamanho convencional, também aumenta os fluxos menstruais, porém menos que o DIU de cobre.
Esse tipo de DIU nos 2 tamanhos — mini ou “normal” — dura menos que o de cobre e deve ser trocado em, no máximo, 5 anos.
DIU Mirena
Entrando no âmbito dos tipos de DIU hormonais, o Mirena evita a gravidez através de um hormônio sintético semelhante à progesterona, o levonorgestrel, que faz parte da composição deste dispositivo.
Por ser um dos métodos com menor taxa de falha, ele é bem indicado para qualquer mulher que deseje alta eficácia para evitar a gravidez, e com teor hormonal muito reduzido.
Como o Mirena tende a reduzir muito a menstruação ele é especialmente indicado para mulheres com endometriose, ou com sangramento menstrual muito aumentado, pois o hormônio liberado causa importante redução do endométrio. Consequentemente, acaba aliviando sintomas como sangramento excessivo e cólicas intensas. O Mirena é o método com maior taxa de amenorreia (quando a mulher fica sem menstruar).
O hormônio liberado pelo Mirena tem absorção sistêmica muito reduzida, ficando praticamente restrito ao útero. Isso quer dizer que o Mirena reduz muito (ou até “corta”) o sangramento, mas ele não controla sintomas hormonais como TPM e acne.
Assim, o Mirena é muito bom para quem quer alta eficácia para evitar a gravidez, quer reduzir ou “cortar” o sangramento, e não se incomoda com TPM e acne – ou trata essas condições de outra forma-.
O Mirena tem validade de até 8 anos. Seu efeito começa imediatamente após a inserção, e termina imediatamente após a retirada.
O Mirena também é bem usado para reduzir e controlar sangramento anormal em mulheres que não precisam evitar a gravidez, como por exemplo laqueadas ou com marido vasectomizado, ou homoafetivas. Também pode ser usado como parte da terapia de reposição hormonal na menopausa, servindo para proteção do endométrio.
Mini DIU hormonal
Também conhecido como DIU Kyleena, o mini DIU hormonal é uma versão menor do Mirena. Não apenas em tamanho, mas em quantidade de hormônio liberado. Essa característica o torna uma boa opção para mulheres de útero pequeno ou adolescentes.
Vale ressaltar que, mesmo com o tamanho reduzido, sua eficácia é a mesma que a do Mirena. O DIU Kyleena oferece proteção contra gravidez por até 5 anos. Todo o restante informado acima para o Mirena também se aplica ao Kyleena.
Quando é indicado colocar o DIU
Qualquer um dos tipos de DIU são indicados para qualquer mulher com mais de 14 anos e vida sexual ativa. Como vimos anteriormente, o profissional de saúde também pode indicar o uso de DIU — principalmente o hormonal — para mulheres com endometriose ou sangramentos intensos.
O DIU também é indicado para mulheres que não se adaptaram ao uso de outros métodos contraceptivos. Entretanto, a indicação de DIU deve ser avaliada com cautela para quem apresente alterações do formato do útero, como por exemplo os miomas do tipo submucoso, para quem tem lesão avançada no preventivo ou que apresente fatores de riscos para doenças inflamatórias pélvicas (DIP) como:
- Relações sexuais com múltiplos parceiros sem uso de preservativo;
- Histórico de DIP ou de IST.
Efeitos colaterais do DIU
Infelizmente, algumas pacientes apresentam efeitos colaterais do DIU. Confira, abaixo, os principais efeitos colaterais de cada um dos tipos de DIU:
DIU de cobre
- Sangramento prolongado, intenso e irregular;
- Cólicas menstruais;
- Fraqueza e tontura;
- Deslocamento do DIU.
DIU de prata
- Alteração no ciclo menstrual;
- Leve desconforto abdominal;
- Deslocamento do DIU.
DIU Mirena e DIU Kyleena
- Dor abdominal/pélvica;
- Alteração no sangramento menstrual (incluindo aumento ou diminuição, gotejamento, escapes e oligomenorreia);
Por ser um tratamento contraceptivo com efeitos colaterais raros, mas possíveis, é importante que a escolha do melhor tipo de DIU seja feita em conjunto pelo médico e a paciente, após uma avaliação detalhada das particularidades de cada caso, analisando as vantagens e desvantagens de cada dispositivo.
É possível engravidar após o DIU?
Por ser um método reversível, o DIU não reduz a fertilidade, não provoca danos ao útero e não dificulta a gravidez. Caso a paciente esteja planejando engravidar, as tentativas já podem se iniciar logo após a retirada do dispositivo.
Vale mencionar que após a suspensão de qualquer método contraceptivo, o casal tem chance de engravidar logo em seguida. As chances são de 60% em até 6 meses e até 80 % em 1 ano, passado esse prazo é necessário procurar um médio ginecologista especialista em reprodução humana. O DIU não causa infertilidade.
Na hora de engravidar, não deixe de contar com um médico capacitado para te auxiliar do começo ao fim da gestação. Entre em contato e agende já uma consulta com o Dr. Maurilio Palhares.
Fontes:
SBRH – Sociedade Brasileira de Reprodução Humana
