Mesmo sendo um método contraceptivo definitivo, existem formas de engravidar pós laqueadura. Entenda as vantagens, desvantagens e riscos associados.
Realizada através de uma pequena incisão abdominal, a laqueadura consiste no fechamento, via corte e/ou amarração, das tubas uterinas. Dessa forma, a passagem do óvulo e do espermatozoide é impedida permanentemente. Por isso, o procedimento é considerado uma forma de contracepção definitiva.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 40% das mulheres realizam o procedimento durante o ápice da idade fértil (20 aos 30 anos). Por mais que exista uma possibilidade de gravidez pós laqueadura, um bom aconselhamento familiar se faz necessário para decidir se este é o método indicado para o casal.
Existe possibilidade de engravidar pós laqueadura?
Assim como todos os métodos contraceptivos, este método não tem 100% de eficácia, existindo uma taxa mínima de falha. No Brasil, a taxa de reversão espontânea fica entre 0,5% e 1%, o que significa que existe chance, ainda que muito pequena, de gravidez pós laqueadura de maneira natural.
A opção mais viável para obter uma gravidez pós laqueadura é a Fertilização in Vitro (FIV), pois não exige procedimento cirúrgico e apresenta altas taxas de sucesso. Como neste caso a fecundação é realizada fora do corpo da mulher e não nas tubas uterinas, o sucesso da gravidez depende de fatores como idade, qualidade dos embriões e do sêmen.
Também existe a cirurgia de reversão de laqueadura, indicada para mulheres que se arrependeram do procedimento. Entretanto, embora o método exista, sua baixíssima chance de sucesso o torna pouco recomendado. A cirurgia de reversão tem outros 2 problemas: ela aumenta o risco de gestação ectópica (complicação potencialmente fatal) e, no caso de sucesso da cirurgia de reversão, a paciente precisará voltar a usar método contraceptivo posteriormente.
Por isso, de modo geral, na hora de buscar a gravidez pós laqueadura, normalmente é mais vantajoso seguir o caminho da FIV.
Existe reversão para a laqueadura?
Conforme mencionado anteriormente, existe o procedimento de reversão como forma de tentar obter gravidez pós laqueadura. No entanto, as chances são pequenas, sendo relativamente maiores para as mulheres com menos de 35 anos que não apresentem fatores de risco para engravidar.
Em aproximadamente 20% dos casos, é possível fazer a cirurgia de reversão de laqueadura. Desta parcela, aproximadamente 50% têm sucesso (pelo menos 1 trompa pérvia). Depois da cirurgia, é necessário aguardar um tempo para tentar uma gestação. Aproximadamente 40% das mulheres conseguem engravidar no período de 1 a 2 anos após a reversão bem-sucedida.
Portanto, em algumas situações, a cirurgia pode falhar e não ser capaz de recanalizar as trompas uterinas. Além do mais, o procedimento não garante o sucesso de uma gravidez pós laqueadura, uma vez que isso também depende de alguns fatores, como:
- Método escolhido na laqueadura;
- Comprimento das trompas a serem reunidas;
- Distância e grau de mobilidade dos côtos tubários;
- Idade da mulher;
- Tempo entre laqueadura e reversão;
- Taxa de reserva ovariana;
- Qualidade do sêmen do parceiro.
Existem riscos na laqueadura?
Assim como diversos procedimentos cirúrgicos, a laqueadura também apresenta riscos. Além de não ser um método contraceptivo 100% eficaz — ou seja, mantendo, ainda que pequena, uma possibilidade de gravidez pós laqueadura —, existem perigos relacionados ao processo cirúrgico.
Hemorragias, danos no intestino, bexiga ou vasos sanguíneos podem ocorrer durante o procedimento.
Outros sintomas podem surgir após a cirurgia:
- Cólicas intensas e dor pélvica crônica, devido ao processo de cicatrização tubária, com formação de aderências;
- Irregularidade menstrual, causada geralmente por alteração da circulação sanguínea para o ovário, que é intimamente relacionada com a circulação da trompa.
Caso a paciente venha a ter uma gravidez pós laqueadura de forma acidental, ela apresenta riscos maiores de desenvolver uma gravidez ectópica (tubária). Esse tipo de gravidez oferece diversos riscos à paciente, visto que a tuba só consegue se distender até um certo ponto. Se a tuba se romper, a paciente precisará de auxílio médico imediato e correrá risco de óbito.
O essencial, para qualquer tipo de tratamento que envolva a Reprodução Humana, é contar com o apoio de um profissional de saúde capacitado em todas as etapas da fertilização e concepção.
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Fontes:
Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva – ASRM
Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia – ESHRE