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É possível engravidar com baixa reserva ovariana?

É possível engravidar com baixa reserva ovariana?
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

10 janeiro, 2023 Por:

Viabilidade de engravidar com baixa reserva ovariana deve ser avaliada por especialista em reprodução humana em conjunto com outras variáveis individuais

Já é amplamente sabido que a fertilidade feminina está relacionada à disponibilidade e qualidade dos óvulos. Por conta disso, é comum questionar se é viável engravidar com baixa reserva ovariana.

Para entender esse aspecto, é preciso inicialmente conhecer como a reserva ovariana é avaliada e quais os tratamentos disponíveis de reprodução humana.

Desejo realizar um tratamento!

Qual a relação entre a baixa reserva ovariana e a infertilidade?

Diferentemente dos homens, as mulheres apresentam uma reserva ovariana pré-definida, formada ainda durante o desenvolvimento fetal.

A mulher nasce com uma quantidade pré-estabelecida de óvulos. Eles começam a ser liberados na menarca – primeira menstruação – até a menopausa, quando a reserva ovariana é zerada.

A partir dos 30 anos e, principalmente, após os 35 anos, começa a ocorrer uma queda não apenas quantitativa mais rápida e também piora da qualidade dos óvulos. Aos 38 anos, estima-se que mais de 50% dos óvulos apresentem anomalias genéticas.

Ainda assim, é possível engravidar com baixa reserva ovariana por meio da concepção espontânea em caso de mulheres jovens e saudáveis que apresentem óvulos viáveis.

Portanto, a baixa reserva ovariana não é uma sentença de que a mulher não poderá ter filhos. As mulheres com baixa reserva tem a mesma chance de engravidar que mulheres da mesma idade com reserva ovariana normal. No entanto, com uma quantidade menor de óvulos, se o casal tiver dificuldades para engravidar e precisar de fertilização, a resposta ao tratamento é menor, e as chances de engravidar ficam reduzidas.

Com isso, há sim uma relação entre baixa reserva ovariana e as chances de concepção, mas outras variáveis devem ser avaliadas conjuntamente.

Recomendamos que mulheres com baixa reserva ovariana antecipem seus planos de engravidar, ou, caso adiantar a maternidade não seja uma opção, que façam Preservação de Fertilidade, pelo congelamento de óvulos ou embriões

Consigo engravidar com baixa reserva ovariana?

Sim, é possível engravidar com baixa reserva ovariana, inclusive com uma concepção natural.

Essas chances são significativamente maiores quando a mulher está numa faixa etária mais fértil, geralmente entre 20 a 30 anos. No entanto, conforme o avanço da idade, as chances reduzem consideravelmente.

A diminuição da fertilidade feminina com a idade é normal. Então a possibilidade de gestação após os 30 e, principalmente, após os 35 anos, é menor, tanto casos de baixa reserva ovariana, como para os de reserva normal.

Outros fatores devem ser avaliados para saber se é possível engravidar com baixa reserva ovariana, como:

  • Idade;
  • Estilo de vida;
  • Saúde da mulher;
  • Doenças associadas;
  • Fator masculino;
  • Condições ginecológicas associadas.

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Como é feita a avaliação da reserva ovariana?

Considerando que a avaliação da reserva ovariana não deve ser realizada isoladamente de outras variáveis ao definir o potencial fértil da mulher, alguns exames permitem inferir a quantidade de folículos da paciente:

  • Dosagem do hormônio anti-mulleriano (AMH): é indicativo de baixa reserva ovariana quando o nível de AMH no sangue é inferior a 1,0 ng/mL. Entretanto, o marcador indica o estado ovariano no momento da análise, apresentando menos potencial para uma avaliação de longo prazo;
  • Dosagem de Hormônio Folículo Estimulante (FSH): é indicativo de baixa reserva ovariana quando a mulher apresenta FSH basal superior a 8 UI/L. Entretanto, a variação desse hormônio ao longo do ciclo, e o fato de que sua alteração é tardia, fazem com que o FSH possa não ser o exame preferencial para o especialista confirmar tal diagnóstico;
  • Ultrassonografia para contagem dos folículos antrais (CFA): consiste em ultrassonografia transvaginal, realizada no início do ciclo menstrual, para avaliar a quantidade de folículos em estágio inicial de desenvolvimento. É indicativo de baixa reserva ovariana quando se tem menos de 5 a 7 folículos antrais.

A solicitação desses e outros exames para diagnosticar as causas da infertilidade do casal e se ela está associada à baixa reserva ovariana é sempre definida pelo médico especialista em fertilidade que acompanha o caso. Os 2 melhores exames são o AMH ou a CFA.

Como visto, engravidar com baixa reserva ovariana é sim uma possibilidade, sendo importante considerar o estado geral de saúde do casal.

Quais são os tratamentos para engravidar com baixa reserva ovariana?

Além de apresentar chances de gestação espontânea, engravidar com baixa reserva ovariana também é possível por meio de tratamentos de reprodução assistida.

Se confirmado o diagnóstico de baixa reserva ovariana, o primeiro passo é avaliar se há óvulos viáveis – ou se a mulher já entrou em falência ovariana prematura. Em caso de menopausa precoce, o tratamento de fertilidade é viável com óvulos de uma doadora.

Caso a mulher tenha óvulos viáveis, o especialista vai avaliar a resposta folicular ao estímulo ovariano. A ultrassonografia transvaginal pode ser usada para esse fim.

Geralmente, para engravidar com baixa reserva ovariana é comum recorrer à fertilização in vitro (FIV), pois o tratamento permite estimular e aproveitar ao máximo  os poucos _ e preciosos _ óvulos disponíveis, e também monitorar detalhadamente cada etapa do desenvolvimento folicular e, posteriormente, embrionário e fetal.

Para saber mais sobre esse e demais assuntos, entre em contato e agende sua consulta com o Dr. Maurilio Palhares.

 

Fontes:

Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)

Dr. Maurilio Palhares

Ginecologista e Obstetra
CRM: 22839 RQE: 2307

Médico formado pela Universidade Estadual de Londrina, o Dr. Maurílio Palhares é especializado na área de Ginecologia e Obstetrícia e oferece atendimento completo para todas as fases da vida da mulher.