Conheça quais são os principais e mais comuns fatores de risco para a infertilidade feminina e quais deles podem ser prevenidos pela paciente
Existem diversos fatores de risco para a infertilidade feminina. São diferentes condições que comprometem as chances de engravidar em 10 a 15% dos casais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A infertilidade feminina consiste em uma doença do sistema reprodutivo, que não se encontra em seu estado normal de funcionamento.
O diagnóstico da infertilidade é considerado quando o casal não consegue engravidar após 12 meses de tentativas, sendo considerado o período de 6 meses para mulheres com mais de 35 anos ou que tenham histórico de alterações no sistema reprodutivo.
Quais são os fatores de risco para a infertilidade feminina?
Nem todos os fatores de risco para a infertilidade feminina são plenamente compreendidos pela medicina – até 10% dos casos são classificados como infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Ainda assim, existem diversos fatores de risco para a infertilidade feminina que são conhecidos e que permitem que os casais se planejem. Conheça a seguir.
Idade avançada
Um dos principais fatores de risco para a infertilidade feminina é a idade da mulher, pois o potencial fértil se reduz naturalmente com o avanço da idade.
Estima-se que, aos 25 anos, as chances de engravidar por ciclo menstrual sejam de 25%. Entre 31 e 35 anos, esse número cai para 15% por ciclo; para as mulheres entre 36 e 40 anos, é de cerca de 9%; entre 41 e 42 anos, é de 4%; e, entre aquelas com idade entre 43 e 45 anos, é de 0,2%.
Verifica-se assim que a idade é um fator determinante na fertilidade da mulher, o que demanda planejamento dos casais, uma vez que a maternidade tardia é cada vez mais comum.
Endometriose
A endometriose é uma condição na qual há crescimento de tecido endometrial fora da cavidade uterina, podendo resultar em diversos prejuízos à qualidade de vida da mulher, desde dores intensas até infertilidade.
A condição está entre os principais fatores de risco para a infertilidade feminina, uma vez que a endometriose é diagnosticada em cerca de 25 a 40% das mulheres inférteis. Estima-se que metade dos casais com infertilidade sem causa aparente teriam evidências de endometriose caso fosse feita uma laparoscopia. A endometriose pode reduzir qualidade e quantidade dos óvulos, além de prejudicar o funcionamento das trompas.
Disfunções ovulatórias
As alterações na ovulação são outra causa comum que interfere no potencial fértil da mulher em diferentes idades. Entre as condições mais frequentes destacam-se:
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- Síndrome da anovulação crônica (ausência de ovulação);
- Insuficiência ovariana prematura ou menopausa precoce;
- Hiperprolactinemia, que consiste na secreção excessiva do hormônio prolactina;
- Hipotireoidismo.
Ao identificar o quadro de infertilidade feminina, a investigação de possíveis disfunções ovulatórias é prioritária, em conjunto com possíveis alterações anatômicas no útero ou nas tubas uterinas.
Tabagismo
O tabagismo é um vício que pode comprometer diretamente o potencial fértil de homens e mulheres.
No caso das mulheres, fumar uma média de 20 cigarros diariamente pode reduzir em até 25% a capacidade fértil. Essa diminuição da fertilidade pode chegar a até 43% em mulheres que fumam mais.
As fumantes apresentam maiores chances de ter menstruação irregular ou mesmo não menstruarem.
Assim, ao planejar uma gestação, uma das primeiras medidas é buscar ajuda médica para interromper o fumo, o que aumenta as chances de concepção e também interfere no desenvolvimento fetal.
Obesidade
A obesidade também se destaca entre os principais fatores de risco para a infertilidade feminina, reduzindo as chances de concepção espontânea.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), pacientes obesas apresentam chances três vezes maior de ter infertilidade por anovulação do que mulheres com Índice de Massa Corporal (IMC) normal.
Além disso, a obesidade reduz as chances de sucesso em tentativas de reprodução assistida.
Infecções pélvicas
A ocorrência de infecção pélvica (também chamada de DIP – ou doença infecciosa pélvica) pode causar inflamação das trompas com obstrução e/ou dilatação e/ou disfunção das trompas em um ou ambos os lados. E isso prejudica muito a chance de gravidez natural e também reduz a taxa de implantação dos embriões vindos da fertilização.
Como diagnosticar a infertilidade feminina?
A investigação da infertilidade começa durante a primeira consulta com um especialista em reprodução assistida. Ele fará uma anamnese detalhada, colhendo informações sobre casos de infertilidade na família, saúde ginecológica, doenças anteriores, tratamentos já realizados, entre outras.
Além disso, são solicitados exames de imagem e laboratoriais para avaliar a saúde do sistema reprodutivo feminino.
Como prevenir a infertilidade?
Considerando os diferentes fatores de risco para a infertilidade feminina, é fundamental entender que nem sempre a infertilidade pode ser prevenida ou evitada por práticas adotadas pela mulher.
Essa consciência é importante uma vez que, muitas vezes, a infertilidade resulta em sentimentos de culpa na mulher, o que não é saudável e também não é real quando observamos os diferentes fatores que influenciam o problema.
Ainda assim, caso a mulher tenha desejo de ser mãe, existem formas de melhorar o potencial fértil, como:
- Manter uma alimentação saudável e balanceada;
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Manter-se dentro do peso ideal;
- Prevenir infecções sexualmente transmissíveis com o uso de preservativo nas relações sexuais;
- Evitar o tabagismo;
- Reduzir o estresse;
- Fazer o acompanhamento ginecológico de rotina anualmente, com realização do Papanicolau e demais exames;
- Planejar a gestação: iniciar as tentativas preferencialmente até os 32 anos para quem deseja ter só 1 filho, 30 anos se a intenção for 2 filhos ou antes dos 28 anos se o objetivo for ≥ 3 filhos.
Portanto, um estilo de vida saudável é favorável ao potencial fértil, entretanto, não é possível assegurá-lo, dados os diferentes fatores de risco para a infertilidade feminina.
Tratamento para a infertilidade feminina
Quando é confirmada a infertilidade feminina, a mulher ou casal que deseja engravidar pode recorrer a tratamentos de reprodução assistida com um médico ginecologista e obstetra especializado em reprodução humana.
O primeiro passo será investigar quais as causas associadas à infertilidade do casal, com a realização de exames tanto na mulher quanto no parceiro.
Apenas com a confirmação do diagnóstico de infertilidade será possível definir o tratamento adequado, como recorrer à Fertilização in Vitro (FIV) ou outras técnicas reprodutivas, mesmo nos casos sem uma causa definida.
Conhecer quais são os fatores de risco para a infertilidade feminina e ter assistência médica especializada são passos fundamentais para melhor desfecho do caso.
Entre em contato e agenda já uma consulta com o Dr. Maurilio Palhares.
Fontes: