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FIV e ICSI: Qual a diferença e qual técnica escolher?

FIV e ICSI: Qual a diferença e qual técnica escolher?
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

11 outubro, 2023 Por:

Tanto a FIV quanto a ICSI são recursos valiosos para tratar a infertilidade. Saiba mais sobre as técnicas.

Existem diversas opções de tratamentos de fertilidade disponíveis para casais que enfrentam dificuldades para conceber. O primeiro passo é geralmente a avaliação médica, que pode identificar possíveis causas da infertilidade. Para casais com problemas leves, o monitoramento da ovulação e a regulação dos hábitos de vida, como dieta e exercícios, podem ser suficientes.

Contudo, opções mais avançadas, como a inseminação intrauterina, fertilização in vitro (FIV), doação de gametas e injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) podem ser consideradas para problemas mais complexos.

Ao longo do artigo, vamos focar nas opções de tratamento FIV e ICSI, analisando suas diferenças e similaridades. Continue a leitura para entender mais sobre o tema.

Qual a diferença entre a FIV e a ICSI?

Para entender a diferença entre FIV e ICSI, é preciso saber o que exatamente são os dois tratamentos. A FIV é um dos tratamentos de fertilidade mais conhecidos. Envolve a coleta de óvulos da mulher, a fertilização em laboratório com o esperma do parceiro ou doador e a transferência do embrião resultante para o útero.

Já a ICSI é uma técnica avançada de fertilização assistida usada em casos de infertilidade masculina severa ou em situações em que a fertilização convencional não é bem-sucedida. Este procedimento envolve a introdução de um único espermatozoide diretamente no interior de um óvulo maduro.

Assim como a FIV, a ICSI é realizada em laboratório e permite superar obstáculos como baixa contagem de espermatozoides, motilidade reduzida ou anormalidades morfológicas nos espermatozoides.

Sabendo disso, compreender a diferença entre FIV e ICSI se torna mais fácil. Na primeira, vários óvulos são coletados e misturados com o esperma em um prato de cultura, permitindo que a fertilização ocorra naturalmente. Já no caso da segunda, a ICSI, um único espermatozoide é cuidadosamente injetado diretamente no óvulo, gerando o embrião.

E qual é a melhor opção de tratamento?

Não existe exatamente uma melhor opção global, pois cada cenário é único e deve ser analisado de forma individual. A decisão sobre qual técnica usar entre FIV e ICSI deve ser feita após uma avaliação médica da fertilidade de ambos os parceiros.

A FIV é frequentemente escolhida quando a causa da infertilidade está relacionada principalmente aos óvulos, como em casos de idade avançada da mulher. No cenário ideal, também não existem problemas significativos com a qualidade ou quantidade de espermatozoides do parceiro masculino.

Já a ICSI é mais adequada quando o homem apresenta infertilidade masculina grave, como baixa contagem de espermatozoides, motilidade reduzida ou morfologia anormal.

Como funciona o tratamento por fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática e em quais casos é indicado?

Por ser um procedimento avançado de reprodução assistida que permite a fertilização de óvulos em laboratório, o processo que combina FIV e ICSI ocorre de forma bastante precisa. Confira uma visão geral de como funciona:

  • Estimulação ovariana: a mulher recebe medicamentos hormonais para estimular os ovários a produzirem vários óvulos maduros em um único ciclo menstrual;
  • Coleta de óvulos: o desenvolvimento dos folículos ovarianos é monitorado e, quando estão prontos, uma aspiração folicular é realizada;
  • Preparação do esperma: o esperma é coletado e preparado no laboratório, onde os espermatozoides de boa qualidade são selecionados e concentrados;
  • ICSI: a etapa crítica da ICSI começa quando um único espermatozoide saudável é escolhido e injetado cuidadosamente no interior de um óvulo maduro usando uma microagulha especial;
  • Cultura de embriões: após a injeção bem-sucedida, os óvulos fertilizados são cultivados e monitorados em laboratório por alguns dias;
  • Transferência de embriões: um ou mais embriões de alta qualidade são selecionados e transferidos para o útero da mulher.

Conforme mencionado anteriormente, o tratamento por FIV com ICSI é geralmente recomendado em situações de infertilidade masculina grave. Também é usado em casos de falha anterior de fertilização em ciclos de FIV convencional.

Qual a diferença da FIV clássica para a FIV com ICSI?

A principal diferença entre a FIV clássica e a FIV com ICSI reside no método de fertilização dos óvulos. Na FIV clássica, os óvulos e os espermatozoides são colocados em um prato de cultura em laboratório, permitindo que a fertilização ocorra de forma natural.

Na fertilização in vitro a técnica de ICSI seria para todos?

Não, a técnica de FIV e ICSI não é necessária nem recomendada para todos. A ICSI é uma técnica geralmente reservada para situações específicas já mencionadas.

Como a ICSI é realizada?

O passo primordial da ICSI ocorre quando um único espermatozoide saudável é selecionado e injetado diretamente no interior de um óvulo maduro. Após a fertilização, os embriões são cultivados e transferidos para o útero da mulher. 

O tratamento completo, desde a estimulação ovariana até a transferência de embriões, normalmente leva cerca de duas a seis semanas, dependendo do protocolo médico e das circunstâncias individuais do casal.

Indicações para a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI)

Alguns cenários comuns para as indicações da ICSI incluem casos de infertilidade masculina grave, como baixa contagem de espermatozoides, motilidade reduzida ou morfologia anormal dos espermatozoides. Além disso, a ICSI é recomendada quando houve falha anterior de fertilização em ciclos de FIV convencional. Também pode ser usada em situações em que a qualidade dos espermatozoides é uma preocupação significativa ou quando há obstruções no trato reprodutivo masculino.

Riscos da aplicação da ICSI

A ICSI é um procedimento geralmente seguro, mas existem alguns riscos a serem observados:

  • Hiperestimulação ovariana: a estimulação ovariana para a produção de múltiplos óvulos pode levar à síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO);
  • Aborto espontâneo: o risco de aborto espontâneo após a ICSI é semelhante ao da gravidez natural;
  • Complicações da aspiração folicular: a coleta de óvulos por aspiração folicular envolve um procedimento cirúrgico leve que apresenta riscos potenciais, como infecção, sangramento ou lesão aos órgãos circundantes;
  • Falha de implantação: apesar da fertilização bem-sucedida, os embriões podem não se implantar no útero, levando a uma não gravidez ou aborto espontâneo.

A ICSI gera riscos genéticos para o futuro bebê?

A ICSI em si gera menos riscos genéticos adicionais para o futuro bebê quando comparada à fertilização natural ou à FIV convencional, uma vez que é possível realizar testes genéticos antes da ICSI para identificar qualquer problema genético no casal.

Outro risco ocorre devido à estimulação ovariana e transferência de múltiplos embriões. Em ambos os casos de FIV e ICSI, existe um risco aumentado de gravidez múltipla, que pode ser associada a complicações de saúde tanto para a mãe quanto para os bebês.

Vantagens e desvantagens da FIV com ICSI

Entre as vantagens da FIV com ICSI, podemos citar sua eficácia na superação da infertilidade masculina severa, aumentando significativamente as chances de fertilização bem-sucedida. Além disso, a ICSI é uma opção para casais que enfrentaram falhas anteriores de fertilização em ciclos de FIV convencional.

No entanto, essa técnica também apresenta desvantagens, como custos adicionais, riscos de hiperestimulação ovariana devido à estimulação ovariana, a possibilidade de gravidez múltipla e a necessidade de infraestrutura laboratorial especializada.

A escolha entre a FIV com ICSI e a FIV convencional depende da causa da infertilidade do casal e é determinada pelo médico especializado em reprodução assistida após uma avaliação cuidadosa da situação individual. Cada casal deve discutir as vantagens e desvantagens com seu médico para tomar uma decisão informada.

Quais são as taxas de sucesso da FIV com ICSI?

As taxas de sucesso da FIV com ICSI podem variar de acordo com vários fatores, incluindo a idade da mulher e a qualidade dos óvulos e dos espermatozoides.

Todavia, em termos gerais, as taxas de sucesso médias da FIV com ICSI costumam ser favoráveis, e podem variar de 40% a 60%, dependendo das circunstâncias individuais.

Em última análise, a escolha entre FIV e ICSI é feita em consulta com o médico, que levará em consideração os detalhes específicos do caso e recomendará a técnica que oferece a melhor chance de sucesso.

Agende sua consulta com o Dr. Maurilio Palhares.

 

Fontes:

ESHRE (Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia)

ASRM – Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva

SBRH Sociedade Brasileira de Reprodução Humana

Febrasgo

Dr. Maurilio Palhares

Ginecologista e Obstetra
CRM: 22839 RQE: 2307

Médico formado pela Universidade Estadual de Londrina, o Dr. Maurílio Palhares é especializado na área de Ginecologia e Obstetrícia e oferece atendimento completo para todas as fases da vida da mulher.