Aliada de casais com dificuldades de engravidar, a fertilização in vitro é um procedimento muito buscado no mundo todo. Mas será que ela é indicada para o seu caso? Entenda.
A fertilização in vitro, também conhecida como FIV, é um procedimento de reprodução assistida muito procurado por casais com dificuldades de engravidar. Segundo dados compilados pela Anvisa, entre 2020 e 2021, mais de 36 mil gestações clínicas foram obtidas, aqui no Brasil, a partir de técnicas de reprodução assistida.
O processo de FIV tem sido uma esperança para casais com infertilidade, problemas de saúde reprodutiva ou dificuldades de concepção. Quando a fertilização in vitro é indicada por um especialista em reprodução humana, ela é capaz de oferecer a oportunidade de realizar o sonho de ter um filho biológico. É considerada um procedimento de alta complexidade, com taxas crescentes de sucesso.
Como a fertilização in vitro é feita
Durante a FIV, óvulos são coletados da mulher e fertilizados em laboratório com os espermatozoides do parceiro ou doador. Quando a fertilização in vitro é indicada, alguns outros passos são necessários para possibilitar o processo. O procedimento geralmente envolve as seguintes etapas:
- Estimulação ovariana: a mulher recebe medicamentos para estimular o desenvolvimento de múltiplos folículos nos ovários;
- Coleta de óvulos: os óvulos são coletados por meio de uma aspiração folicular guiada por ultrassom;
- Coleta de espermatozoides: o homem fornece uma amostra de sêmen, que é processada com o objetivo de separar os espermatozoides saudáveis e móveis;
- Fertilização: os óvulos e os espermatozoides são colocados juntos em uma placa de cultura para serem fertilizados naturalmente. Em alguns casos, a técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) pode ser utilizada, na qual um único espermatozoide é injetado diretamente no óvulo;
- Cultivo embrionário: os embriões resultantes da fertilização são cultivados em laboratório por alguns dias, para que possam se desenvolver e garantir sua viabilidade;
- Transferência embrionária: um ou mais embriões são selecionados e transferidos para o útero da mulher;
- Suporte à implantação: após a transferência embrionária, a mulher deve receber medicamentos, como progesterona, para ajudar na implantação e manutenção do embrião no útero.
Para quem ela é indicada
Na hora de decidir quando a fertilização in vitro é indicada, é essencial analisar fatores como idade do casal e complicações de saúde relacionadas ou não à infertilidade. No geral, alguns fatores que definem quando a fertilização in vitro é indicada envolvem:
- Infertilidade feminina: mulheres com problemas de ovulação, obstrução das tubas uterinas, endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou idade avançada podem ser bons exemplos de quando a fertilização in vitro é indicada;
- Infertilidade masculina: homens com baixa contagem de espermatozoides, motilidade reduzida ou anomalias genéticas podem optar pela FIV para superar essas dificuldades;
- Problemas genéticos: casais com risco de transmitir doenças genéticas graves para seus filhos podem recorrer à FIV. Dessa forma, podem contar com o auxílio de diagnósticos genéticos pré-implantacional (PGT) para selecionar embriões saudáveis;
- Preservação da fertilidade: a FIV também pode ser utilizada com o objetivo de adiar a maternidade. Pode-se congelar espermatozoides, óvulos ou embriões já formados, sendo que cada opção conta com vantagens e desvantagens. É possível preservar a fertilidade por indicação social (por simples desejo de adiar a gestação) ou por indicação oncológica — neste caso, a preservação é feita antes de tratamentos para o câncer, como a quimioterapia e a radioterapia, que comprometem muito a capacidade reprodutiva;
- Fatores de risco específicos: condições médicas, como histórico de abortos recorrentes, falha de fertilização em tratamentos anteriores, lesões uterinas ou cirurgia prévia, podem ser fatores para decidir quando a fertilização in vitro é indicada;
- Casais homoafetivos: a FIV é uma opção importante para casais homoafetivos que desejam ter filhos biológicos. Por meio do uso de óvulos doados e/ou esperma de doadores anônimos ou conhecidos, a FIV possibilita a realização do sonho de uma família para casais do mesmo sexo;
- Preferência conjugal: a FIV assegura a melhor chance de engravidar em menos tempo. Costumo comparar o procedimento a uma viagem: ir de avião é o método mais complexo, mas também a melhor opção, não necessariamente a última. Engravidar por FIV, nesta comparação, é “viajar de avião”.
Como funciona o processo de avaliação para a FIV?
O processo de avaliação para decidir quando a fertilização in vitro é indicada envolve algumas etapas importantes. Inicialmente, os casais passam por uma consulta inicial com um especialista em reprodução assistida. Durante a consulta, são discutidos históricos médicos, exames anteriores e preocupações relacionadas à fertilidade.
Logo em seguida, são realizados exames e avaliações diagnósticas, como avaliação da reserva ovariana, análises de sangue, ultrassonografia, imagem das trompas, espermograma e, eventualmente, exames genéticos, para identificar possíveis causas da infertilidade. Com base nos resultados, um plano de tratamento é elaborado.
É nesta fase que o casal também recebe informações detalhadas sobre quando a fertilização in vitro é indicada, como funciona seu processo, seus riscos, taxas de sucesso e opções disponíveis. Após o consentimento informado e a preparação, o tratamento de FIV pode ser iniciado.
Qual profissional procurar para a realização da FIV?
Para a realização da FIV, é recomendado procurar um especialista em reprodução assistida ou um médico especializado em medicina reprodutiva. Esse profissional possui conhecimento e experiência específica no diagnóstico e tratamento da infertilidade, incluindo a FIV.
É ele também que pode oferecer uma avaliação completa do casal, diagnosticar possíveis problemas de fertilidade, elaborar um plano de tratamento adequado e supervisionar todo o processo da FIV.
Por esse motivo, é primordial buscar um profissional com boas referências e que ofereça suporte e orientação adequados durante todo o processo de tratamento. Entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Maurilio Palhares.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Reprodução Humana;
Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHERE);
Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)